Francisco Beltrão bate o próprio recorde
em financiamentos de microcrédito
08/01/2018 - 16:03

O Banco do Empreendedor de Francisco Beltrão, no sudoeste do estado, efetivou 167 contratos de microcrédito em 2017. O valor representa R$ 2.506.004,31 em recursos que beneficiam 328 trabalhadores. O volume é recorde para o município. No ano anterior, no mesmo período, foram 94 projetos efetivados com a liberação de R$ 1.267.773,00 para 168 trabalhadores.


“Compete à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico [Semdetec] fomentar os mais variados segmentos de negócios e isso passa também pelo crédito”, afirma o secretário da pasta, Inácio Pereira. Na visão dele, a economia tem dado sinais de melhora e isso se reflete no saldo positivo na geração de empregos no município. Até outubro de 2017, de acordo com os dados do Caged (Ministério do Trabalho), o município registrava um saldo positivo de 830 novos postos de trabalho.


O Banco do Empreendedor existe há 17 anos em Francisco Beltrão. O programa já formalizou 1.268 contratos de financiamento, totalizando R$ 10,564 milhões aplicados. Se o fomento é alto, a taxa de inadimplência é pequena. Em torno de 2,5% desde o início do programa. O bom desempenho é reconhecido a nível estadual.


“Em 2017, Francisco Beltrão alcançou a 3ª colocação em qualidade do crédito e a 2ª colocação em produção no Estado do Paraná. A agente de crédito Luciana Dani recebeu o prêmio de Destaque Estadual como ‘Agente Revelação’, classificando-se em primeiro lugar. Ao longo dos anos o banco vem trazendo benefícios aos pequenos empresários, com financiamentos de microcrédito assistido e orientado”, destaca Itacir Rovaris, um dos coordenadores do banco no município.


INÍCIO, CONSOLIDAÇÃO OU AMPLIAÇÃO — As linhas de microcrédito do Banco do Empreendedor variam de acordo com o tempo de atividade do empreendimento que solicita o financiamento. Pode estar no início da atividade (até 12 meses de atuação); na fase de consolidação (menos de 12 meses de atuação formal, mas soma de tempo entre negócio formal e informal que ultrapasse 12 meses; ou na expansão (acima de 12 meses de formalização).


O técnico em eletromecânica e empresário Evandro Hubert Zelner pegou um financiamento no final de 2017 para ampliar a microempresa Enerbel, do ramo de automação e energia. “Eu tinha uma loja em outro endereço, que era pequena, retirada, e não tinha fluxo de pessoas. Então era uma dificuldade. Queria investir para ampliar a loja, que era o primeiro passo. Agora vai ser uma loja maior. Vai ter estoque e a parte de vendas, que antes eu não tinha. Era mais serviço”, conta Zelner, que também contratou mais uma pessoa e agora tem três empregados.


O dinheiro do financiamento também vai ser investido na melhoria da fachada da loja. Zelner, que abriu o negócio há dois anos, achou bem mais fácil conseguir acessar a linha de crédito do Banco do Empreendedor do que em outras instituições financeiras com as quais se relaciona.


“Comparado a outros bancos, achei mais simples. Exige um fiador no primeiro empréstimo, depois facilita. Demorou cerca de 14 dias para a liberação do dinheiro. Tive mais facilidade do que no banco onde tenho conta há dois anos”, analisa.


CAPACITAÇÃO PARA TER JUROS MENORES — As taxas de juros das linhas de crédito do Banco do Empreendedor EM Francisco Beltrão podem variar de 1,87% a 2,36%, conforme as condições do empréstimo. E uma das formas de se conseguir juros menores é participando de um curso de capacitação gerencial (Bom Negocio), como fez o mecânico Victor Ribeiro, da oficina mecânica e loja de Autopeças Pedro Ribeiro, no centro da cidade.


“O curso abordou gestão financeira, gestão do negócio, como utilizar bem o dinheiro. É algo que ajuda muito no serviço também”, contou Ribeiro, que investiu os recursos em capital de giro e estoque.


“Foi a primeira vez que solicitei crédito. É preciso ter toda a empresa e até mesmo o próprio nome limpo no mercado. Se for assim, certinho, na próxima o recurso sai ainda mais rápido”, comentou ele sobre as regras para acessar o crédito.


Podem acessar as linhas de crédito do Banco do Empreendedor as pessoas físicas ou jurídicas com faturamento bruto anual de até R$ 360 mil. Em Francisco Beltrão, a instituição funciona junto à Semdetec, na Rua Elias Scalco, 405, Bairro Luther King, próximo ao Colégio Mario de Andrade. O fone de contato é o 3524-4237.


MARMELEIRO — O município de Marmeleiro, também no sudoeste do estado, a nova administração municipal retomou as atividades do Banco do Empreendedor, que estava desativado havia três anos. Foi treinada uma agente de crédito, que tem atendido principalmente o comércio local.

Desde agosto, quando foram reiniciados os financiamentos, foram liberados oito contratos para micro e pequenas empresas do município, totalizando R$ 120 mil em crédito.


DOIS VIZINHOS — A mesma situação se repetiu no município de Dois Vizinhos, que retomou a parceria com a Fomento Paraná e após alguns anos sem atividades reativou o Banco do Empreendedor, também em agosto de 2017. Desde então, 12 contratos foram cadastrados e oito financiamentos já liberados para microempreendedores individuais e microempresas do município.


“Em outubro mudaram as taxas de juros, para 2,36%, que é semelhante às das cooperativas de crédito e dos bancos, o que dificulta um pouco a nossa operação. Além disso, as instituições tem burocracia menores. Mesmo assim, temos uma boa procura dos duovizinhenses pelo nosso crédito”, diz Laudecir Jankoski, responsável pelo Banco do Empreendedor.


Entre 8 e 22 de janeiro, o banco entrará em férias. “No retorno, vamos buscar fazer uma divulgação grande para que possamos ajudar nossos empreendedores duovizinhenses”, completa.

 

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