Fomento Paraná financia R$ 2,5 bilhões em sete anos 18/06/2018 - 16:57

Instituição financeira de desenvolvimento do Governo do Estado, a Fomento Paraná atende tanto o setor público quanto o privado com linhas de financiamento. Nos últimos sete anos, financiou cerca de R$ 2,5 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão para o setor público paranaense e perto de R$ 1 bilhão para a iniciativa privada (comércio, serviços e indústria). Em Ponta Grossa, de 2011 a maio deste ano, foram contratados em torno de R$ 35 milhões. Parte deste valor (R$ 28,25 milhões) atendeu a área pública.

Para o assessor de Mercado da Fomento Paraná, Luiz Renato Hauly, Ponta Grossa “pela sua economia é uma das principais cidades do estado”, o que tem levado a instituição a prospectar o setor empresarial. “Estamos fazendo visitas pontuais a grandes empresários para levar linhas de crédito da Fomento Paraná”, conta.

Hauly esteve no município na última quinta-feira, 14, acompanhado do assessor da Diretoria de Operações do Setor Privado da Fomento, Valerio de Assis Souza Silva. Na oportunidade, eles conversaram com o DIÁRIO DOS CAMPOS sobre o trabalho realizado pela instituição. Confira.

DIÁRIO – Como a Fomento Paraná atua?

HAULY – A Fomento Paraná é uma instituição de desenvolvimento do Estado do Paraná e atende com financiamento tanto o setor público, que são os municípios, quanto o privado, as empresas. No setor público, é a grande referência no Brasil. Nós temos no Paraná o Sistema de Financiamento dos Municípios (SFM), que é uma referência para o país inteiro.

DIÁRIO – Como a instituição atua no setor privado?

HAULY – Atuamos com valores de R$ 1 mil até R$ 10 milhões, com foco sempre no micro e pequeno negócio, mas atendemos também o grande empresário. No nosso modelo de negócio tem o site, onde o acesso do cliente ao crédito é diretamente pela internet, e tem aplicativo para iOS e Android; também estabelecemos uma rede de parcerias [com agentes de crédito] para vender o microcrédito, que é um dos nossos produtos. O Microcrédito Fácil é um produto que vai para o empreendedor informal, para o MEI [microempreendedor individual] e para a microempresa, então do bem pequeninho, que dificilmente os bancos tradicionais olham, até o grande, podem ser atendidos pela Fomento Paraná.

DIÁRIO – O Sebrae é parceiro da Fomento Paraná?

HAULY – O Sebrae é o nosso grande parceiro na capacitação, inclusive dos agentes de crédito. Para atuar na linha de microcrédito com o informal, o MEI e a microempresa nós temos parceiros. Hoje a Fomento Paraná tem cerca de 280 parcerias espalhadas pelo estado, onde um funcionário do nosso parceiro – 90% são prefeituras – se capacita através do Sebrae e, se passar na prova, vira agente de crédito, então tem mais de 200 agentes de crédito espalhados pelo Paraná. Em Ponta Grossa nós temos a prefeitura, com agentes de crédito, para este público informal, MEI e microempresa.

DIÁRIO – O que é o Correspondente Fomento Paraná?


HAULY – Nós instituímos no começo deste ano o correspondente Fomento Paraná, é quase como um correspondente bancário; é um contrato, uma parceria, mas aí já business, negócio, com associações comerciais que queiram ser correspondentes da Fomento. Hoje temos 13 associações que são parceiras e Ponta Grossa está negociando. Está bem acordado, e está aguardando uma nova turma de capacitação, porque nós fizemos uma em dezembro e provavelmente vamos fazer outra agora em julho, então temos mantido contato e negociação constante com a ACIPG.

DIÁRIO – A Fomento Paraná atende todos os ramos de negócios?

HAULY – Sim. A economia do Paraná é muito diversificada e é bem calcada no agronegócio. Um terço [do PIB] vem do agronegócio, mas tem outros dois terços que vêm do comércio, de serviços e da indústria, então atendemos todo tipo de empresário: do informal até a grande empresa, de capital de giro puro até linhas de investimento fixo e sem distinção do ramo. O que acontece no agronegócio é que nós temos um fundo rural que é mais barato e aí vem o Plano Safra, algo nacional, e que distribui o dinheiro mais barato e isto quem faz é o BRDE, que é outra instituição financeira [que tem participação] do Governo do Estado e que a Fomento tem parceria. Temos um sistema paranaense de fomento, no qual compartilhamos operações com o BRDE, nosso co-irmão parceiro.

DIÁRIO – Para conceder o crédito vocês analisam a empresa?

HAULY - Analisamos o tipo de negócio. Temos que fazer uma análise econômica e financeira, principalmente com operações de investimento que temos, que é uma linha que chamamos de BNDES automático, a qual necessita da viabilidade daquele projeto para aprovar. O quanto vai ser disponibilizado de crédito nós também avaliamos com base na capacidade de pagamento.

DIÁRIO – A Fomento tem agentes de crédito de inovação?

HAULY – Fizemos uma parceria nova no final do ano passado onde capacitamos algumas pessoas no estado; selecionamos alguns agentes de crédito para se tornarem agentes de crédito de inovação e Ponta Grossa foi contemplada. Teve uma funcionária que se capacitou especificamente nas linhas de inovação, onde nós repassamos algumas linhas da Finep, então estes agentes estão aptos a vender essas linhas que são um pouquinho mais complexas e além de fazer análise de crédito e de projeto, tem a de aferição de inovação.

DIÁRIO – O empresário precisa estar organizado para o financiamento?

HAULY – A Fomento Paraná é parceira daquele empresário que se planeja, se organiza. O planejamento é a ponte que une o sonho à realidade e nós ajudamos com o crédito de fomento, com prazo longo, carência, juros mais baixos e a grande maioria são investimentos de financiamento de longo prazo. Este é o nosso grande diferencial dos bancos.


Projeto de energia solar poderá ser financiado


O assessor da Diretoria de Operações do Setor Privado da Fomento Paraná, Valerio de Assis Souza Silva, explica que uma nova linha de financiamento foi aberta recentemente. Ele conta que várias empresas estavam procurando a instituição com projetos de sistemas fotovoltaicos, que é energia solar, porém “não havia viabilidade dentro das condições que as empresas apresentavam ao mercado”, lembra.

Recentemente o BNDES anunciou uma linha, a qual a Fomento Paraná será repassadora. “Vamos fazer o financiamento do Fundo Clima, o qual poderá ser financiado num prazo máximo de até 120 meses, com 24 meses de carência e juros a partir de 0,30% ao mês fixo; é algo fantástico”, avalia. O recurso é proveniente da Alemanha.

A Fomento Paraná financiará 80% do valor do projeto e o crédito pode ser solicitado por empresas de todos os portes. A linha estará disponível nos próximos dias.

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